segunda-feira, 30 de julho de 2012

Despertador de maquinista


     Em Catanduva, na casa do vô Luiz durante as férias o pacotinho acorda tarde. Sai do quarto ainda cambaleando, cabelo espetado e antes de dizer bom dia ele diz:
     - Você ouviu mãe?
     O despertador dele é a buzina do trem!
xx

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Roupa suja

     Depois da aventura em Termas de Ibirá, os pacotinho voltaram para casa do vô Luiz, que muito prático juntou toda a roupa suja da família para lavar. A surpresa foi quando a máquina de lavar começou a fazer barulhos estranhos. Foi lá o vô verificar... encontrou um monte de penugem no filtro da máquina.
     Penugem de quê? Como? De onde elas vieram...
     Respondeu corretamente quem lé esse blog com atenção. Era um monte de paina que estava nos bolsos dos shorts e sujou toda a roupa. Era um bolo, grande o suficiente para fazer um travesserinho... Roupa estendida e um monte de paina voando no ar.

Short vermelho do macaquinho e o azul, bolsos cheios de surpresa
xx

quarta-feira, 25 de julho de 2012

As férias começaram!


As férias do pacotinho o levaram de volta ao Hotel Fazenda Termas de Ibirá, lugar que já tem seu resgistro garantido na memória emocional do menino. As temporadas foram passando e ele foi conhecendo o terreno e ampliando suas fronteiras e se enchendo de segurança. É lá que ele guarda sua casa na árvore e faz grandes descobertas.
A casa é a sua prioridade, é o primeiro lugar que ele vai quando chega. Cheio de cuidados ele pediu ajuda para tirar algumas plantas espinhosas que invadiram a casa. Paula, a coordenadora de atividades que o conhece desde 15 dias de idade, nem pensou em desobedecer:
- É melhor mesmo cortar essa planta para que não machuque as crianças – orientou o menino preocupado enquanto a Paula podava a planta.

Pacotinho com 3 anos na casa da árvore
 A natureza tem destaque em um lugar como esse e a manhã também lhe trouxe a primeira descoberta: o orvalho. Andando pela grama, cedinho, molhou todo o pé e achou estranho porque não tinha chovido. Viu um monte de gotinhas guardadas na grama, redondas e brilhantes.

Gotinha de orvalho
Depois do café a diversão era dar banana macacos. No primeiro dia foi o pai quem deu, mas no último ele já dominava a ansiedade e conseguia esticar o braço e a mão ficar paradinha para atrair o bicho.

Comida para os macacos

Ele também saia para caminhar, e seu trajeto preferido era ir andando cerca de 800 metros até o seringal. Está fascinado com a história da ferrovia construída na floresta amazônica só para escoar a produção de borracha. Lá encontrou um trabalhador que lhe contou o número de árvores no local (7000) e também como se corta para fazer a seringueira sangrar. Com o vô Luiz ele voltou da caminhada com um punhado de borracha bruta.

Foi sua primeira vez na trilha da mata. Ele seguiu a frente do grupo, privilégio de conhecer a Paula, e feliz conduziu um mais de 60 pessoas. Saiu apitando como uma locomotiva pela mata. Em transe ele dizia pelo caminho “Este é o rio Madeira e aquele ali é o Mamoré”, indicando um caminho. Ah! ele só ficou em silêncio quando passou pela caixas de marimbondo.

Na piscina construindo vulcões

Depois de tanta aventura, o menino relaxava na piscina, que com um tanque de areia ao lado, era perfeita para construir vulcões. Está todo envolvido com a história dos Tikis* e o maior vulcão do mundo que fica no Havai, enquanto isso. O frio que fazia em São Paulo, passa longe de Ibirá.

Outra descoberta foi a paina, uma fibra sedosa produzida pela paineira e que coalhou a grama como se fossem flocos de algodão. Era bonito de se ver e muito mais gostou de ir juntando uma a uma. Virou brincadeira da tarde, ficar a sombra recolhendo a paina no bolso.

A sombra da paineira
Quando tudo parecia muito tranquilo, rolou mais duas aventuras emocionantes: andar de pedalinho e escorregar no tobogã. Para ambas o menino avaliou e venceu o medo para poder curtir. O passeio pelo lago foi tranquilo, mas a descida do tobogã... foi radical! 

Passeio, quase radical, no pedalinho

Tobogã, primeiro com o pai e depois sozinho
        O que o menino mais praticou em Ibirá foi a construção da sua segurança e liberdade. Confiante ele nadou sozinho na piscina aquecida, mal alcançando o fundo ficava na pontinha dos pés e aprendeu a submergir sem tampar o nariz. No último dia, com sentimentos revirados e ao mesmo tempo muito saidinho, o pacotinho saiu andando pela fazenda, sozinho e sem avisar a ninguém. Sumiu! Desapareceu! Deixou a todos preocupados. E mesmo com todos gritando e o procurando ele ficou lá, escondido, no alto da sua casa da árvore, esperando que o pai fosse encontrá-lo. Antes disso acontecer todos quase morreram de susto. Ibirá é sinônimo de aventuras em série!

Pacotinho em um momento de relax



* Tikis, os moais do desenho do Baskyardgans

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Pindorama tem trem!

      A família do pacotinho está em férias. A maneira mais simples de ter um dia feliz e harmonioso com diversão garantida para todos é encontrar uma estação de trem. E assim foi, a turma toda entrou no carro em Catanduva e seguiu rumo a Pindorama*. Uma tarde ensolarada, gostosa e fresca. Mal o vô Luiz tinha estacionado o carro o pacotinho já gritava! "Os trem todos batidos! Ferros retorcidos " exclamou o menino excitado demais para ouvir qualquer adulto. Queria atravessar a rua para ver de perto o que sobrou do acidente ferroviário que destruiu uma carga de açúcar e 12 vagões a 20 dias atrás. O cheiro do doce e azedo e moscas estavam no ar, mas o menino nem ligou. Foi andando ao largo da ferrovia observando - e sendo observado - com admiração um por um dos destroços. Em absoluto transe contava os vagões murmurava conclusões, encontrou rodas, eixos, carcaças e no final da linha vários caibros de madeira prontos para serem usados como dormentes na recomposição dos trilhos. 

     Depois de reconhecer o terreno foi parar em uma sorveteria ao lado do entroncamento (encontro dos trilhos com as ruas da cidade), lugar onde fica a cancela e ponto de encontro de todos da cidade. Lá na sorveteria o menino ficou sabendo que o acidente foi causado pelos trilhos, que abriram. Tomou um sorvete de limão que segundo ele foi "o melhor do mundo" e esperou pouco até que se ouvisse o apito da locomotiva. 

     Voou até a porta e ficou ali observando em detalhes a operação. A descida da cancela pelo responsável, este estava com um rádio se comunicando com o maquinista. E foi enumerando um a um os vagões, com sorriso nos lábios, coração disparado, não podia piscar e o tempo parecia, ainda assim, suspenso. Final da composição e fica um suspiro no ar. Abre-se a cancela e o fluxo da cidade volta ao normal. 

     Que alegria intensa, e que vazio imenso, o pacotinho pede para voltar a estação e observar os vagões retorcidos na estação abandonada.

Sorveteria Palácio dos Sorvetes, sorvete com sabor antigo
xx 
O trem passando pelo entroncamento na esquina da sorveteria.
A estação de Pindorama abandonada, no trilho destroços do trem.


*O pacotinho acha que Pindorama é a cidade que foi descoberta por Cabral, tão longe do mar... mas isso é outra história.


domingo, 22 de julho de 2012

A onda do Titanic


Titanic em detalhes em edições da SuperInteressante, National Geographic e  livro comemorativo


     Abril de 2012 foi o centenário do Titanic. Várias publicações foram editadas e só se falou nisso por meses dias. Foi  
em um programa de televisão que o Felipe descobriu que, assim como os trens, os grandes navios eram movidos a vapor. Bastou isso para o pacotinho se apaixonar pelo tema e ir pesquisando com todos. Ganhou algumas revistas que detalhavam a saga do maior navio do mundo e mergulhou em outra dimensão. Descobriu o fundo do mar, os icebergs e a fragilidade da vida. 

     Todo dia e o dia inteiro ele pedia que alguém lesse os detalhes do naufrágio na National Geographic, o cronograma detalhado sobre o acidente era sua parte favorita. Na SuperInteressante ele adorava ver uma ilustração detalhada, grande, do navio perto do iceberg. Levou as reviastas para a escola, aprendeu a desenhar navios gigantescos com detalhes como as escotilhas na linha d´água da terceira classe, a amurada, os mouros (que a mãe não sabia o que era até então), e as lindas e imponentes chaminés.  
    
    Em uma loja de brinquedos e sem querer deu de cara com um livro incrível, todo prateado, uma escotilha na capa e a foto do Titanic. Nesse livro ele descobriu todos os detalhes sobre a sua construção, sobre seus passageiros e sobre o acidente. Nesse livro revelou o mundo maravilhoso dos trans atlânticos e outros navios de sua época, como o Mont Blanc e New York.

    Empolgadíssimo o menino se embrenhou pelo mundo náutico e foi mais longe. Descobriu os jet skis, os barcos a motor, traineiras, jangadas, barcos a vela e as caravelas. Cruzou com informações registradas na música Pindorama do seu grupo favorito, Palavra Cantada, e mixou  naus e descobrimento e grandes navegadores...  Enfim, em 2012 a grandiosidade do Titanic deixou Thomas e sua turma em segundo plano. 

xx

sábado, 21 de julho de 2012

Aqui ou lá?

"Vovó fiquei na dúvida, será que eu vou durmir no sopé da colina, ou no topo da colina", disse o pacotinho dividido entre a companhia da vô e da mãe.
"Mamãe, não se decidi se fico no apartamento ou se vou para casa da vovó".
Nos últimos tempos ele fica divido entre ficar com na companhia dos pais e a da avó. Amar é saber dividir-se e  ele as vezes vai, e outras fica.  Quando fica, pede desculpas para a avó e se justifica. O certo é que seja na colina ou no sopé, o menino sempre tem uma cama quentinha para sonhar.
xx

terça-feira, 10 de julho de 2012

Terminou?

- Mãe, não "pitininei" ainda!
 Fofura do menino Jonas inventando palavra nova para conseguir ser bebê por mais tempo.
xx

sábado, 7 de julho de 2012

Sonhando acordado

Hoje com dois anos, seis meses e 20 dias, Jonitas teve um pesadelo. Foi diferente porque dessa vez ele acordou chorando e ainda conversando com o sonho e remoeu:
- Não, o vô Juca não pode pegar meu doce de leite!
- O Juca sumiu com meu doce de leite, acabou tudo!
Triste assim pediu para sair da cama, ver desenho e tomar leite. Se jogou no sofá ainda permeado pela emoção. Pensou, melhorou, mas ainda não entendeu como isso foi posseivel. Só sossegou quando a vó Maria chegou de Minas e tranquilizou o menino
- Vovó trouxe seu doce de leite!
xx