quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O terceiro foi o primeiro

O dente, ainda com sangue, na caixinha de segredos.



O primeiro dente do pacotinho caiu marcando mais uma mudança de fase. Foi o primeiro a ir embora tendo sido o terceiro a nascer, incisivo frontal esquerdo. O menino já vive a expectativa da escola nova, de ser o irmão mais velho, de ver o mundo diferente... ter 6 anos.  Não brinca mais de trem, só pensa em futebol.

Começou devagar, um mês e seis dias depois do seu aniversário. Primeiro nasceram dois molares superiores (no fundo) e apontou uma cerrinha na frente, atrás do tal dente que não estava mole. Mamãe se apavorou, ficaria com duas fileiras de dente. Um dia depois estava mole o da frente. Uma semana depois o dente sangrou um pouco na hora do almoço, molengo bambo ainda assim lá. Foi só quando o menino chegou em casa depois da escola e foi para o seu quarto que ele sentiu algo solto!

Ele já tinha ouvido histórias sobre esse tipo de evento. Que se puxava dente com linha amarrada na porta, que se comesse coisas duras, mas agora era a hora de averiguar a existência da Fada do Dente. A vizinha Elisa garantiu que ela existe, fato confirmado pelo amigo Felipe Neves. Ele duvidou que ela viria pegar o dente perdido e deixar uma lembrança. Quando isso aconteceu na manhã seguinte ele ficou apavorado! Chorou! GRITOU! Pediu o dente de volta. O dente reapareceu em segundos e os R$ 10 foram embora, voando.  Nesse vai e volta de dente, ele não teve dúvidas, ela existia mesmo.


Dia seguinte a sensação estranha, de boca vazia, de janela enorme na boca (ou na alma), o menino se apegou a caixinha com o dente perdido, mas, escova com carinho e dedicação, o novo que vem chegando.

xx


Boca vazia
Janelinha aberta para o novo







quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Um amigo para brincar


O Jojô tem um amigo na escola chamado Samuel, mais novo que ele uns 8 meses. Todo dia na hora de ir embora para casa ele sistematicamente, docemente, de cabeça baixa e com o bico triste pergunta:
- Mamãe! O Samu pode ir para minha casa? Hein, mamãe?
A pergunta feita já esperando a negativa mal antecede o choro, que brota em gotas grande dos olhos redondos do menino. Chora, chora, chora. Doído. Só esquece do assunto quando chega em casa e começa a brincar com seus trenzinhos. Na hora de dormir, quando tudo já está mais tranquilo e a expectativa do dia seguinte começa a se formar o menininho pergunta:
- Mamãe, amanhã eu posso trazer o Samu para brincar na minha casa?

xx
Jonas e Samuel  na festa junina da Bougainville 2013

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O dobro!

Jojô saindo de casa para ir ao parque logo cedo. Ele, que não come quase nada depois do leite, pediu:
- Mamãe, vamos levar um lanchinho?
A mãe concordou e pegou o pacotinho de lanches, indo de encontro ao garoto que já estava com a banana na mão.
- Joninhas, vamos levar uma maçã, uma banana, uma mexerica, um pãozinho...
- Não mamãe! Eu não gosto de maçã! Leva mexirica!  De um não! Gosto tudo de dois!,  pontuou o menino já pegando a segunda banana de garantia.
- É mesmo Jojô? - disse a mãe surpresa com a percepção que o pequeno tinha dele mesmo e registro de um comportamento que ele carrega desde bebê. Jojô só fica satisfeito quando as duas mãos estão cheias.




Olha a banana! 
Olha o bananeiro!

Olha o Jojô!