segunda-feira, 24 de junho de 2013

Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar...

Jonitas comprou um peixe na loja de decoração, aqueles palitos de mexer sucos tropicais, feito de madeira leve, pequeno e preso na vareta de bambu. O escolhido dele foi um verdinho e para o irmão escolheu o branco, ambos com listras coloridas. Chegou em casa feliz da vida com a novidade e entregou o presente. Em menos de 5 segundos o palito do peixe verde estava quebrado e o menino chorou, chorou, chorou...
     
A mãe, em meio a confusão, deu um jeito de colar de volta o peixe na vareta. Passou exatos dois segundos e o pacotinho voltou com o peixe quebrado novamente. Ele ameaçou de pegar o peixe branco do irmão, mas desistiu porque já tinha se afeiçoado ao verde. A mãe colou-o por mais 2 vezes, na terceira o menino surpreendentemente feliz devolveu o palito sem peixe e explicou:


- Mamãe! Ele vai ficar sem palito! Assim ele vai poder mergulhar com os outros peixes, nadar e voltar para espirrar água na nossa cara! – explicou sorrindo com aquele tom de voz doce como um bonequinho de ventríloquo e alegre saiu saltitante levando seu peixinho verde a nadar!

xx


Um peixe verdinho
Nadando pelo mar bravio
aos olhos do menino
o peixe é muito valente
encanta e cospe na cara da gente!

sábado, 22 de junho de 2013

Voando alto

Dormiram todos junto numa tarde fria: pai, mãe e dois pacotinhos na cama. Parecia estarem em uma nuvem fofa. Passaram-se as horas um deles resistiu ao despertar, preferiu continuar sonhando. O outro foi acordado de mansinho... se esticou (o que deve explicar seu formato um tanto comprido), foi abrindo o olho (um depois outro), sorrindo e de mansinho, provou sua angelidade quando falou para a mãe:
-       Eu estava voando! Agora cheguei!
xx
Voando e sonhando


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Lendo e sentindo

O pacotinho leu a sua primeira frase inteira. Foi em um livro de histórias, O Duende da Ponte, de Patricia Rae Wolff. 
O livro ele conhecia de cor e estava esquecido no canto do quarto. A avó um dia pediu que ele lhe contasse a história, só que dessa vez ele mesmo seria o leitor.  Ai o pacotinho encarou o livro como um desafio e uma esperança;  os sustos agora seriam dados por ele mesmo.
E assim foi, a medida que as palavras iam sendo pronunciadas por ele mesmo de maneira lenta ficava cada vez mais arrepiante. Um raciocínio complexo, filosófico até, mas que fez o menino arregalar os olhos e a avó se admirar.


xx

quarta-feira, 5 de junho de 2013

É o Saci!


O pacotinho começou a se interessar pelo Sítio do Pica Pau Amarelo, e principalmente pela figura do Saci, coisa de moleque e assim como o Pedrinho da história ele se admira com essa figura lenda e aprendeu rápido como se faz para pegar um saci: primeiro é preciso uma garrafa, uma rolha com uma cruz desenhada e uma peneira.
Ficou feliz quando descobriu que tinha o kit completo em casa. Passado alguns dias o menino foi além, deixou de ser caçador e ficou completamente absorvido pelo personagem. Se admirou quando em um jogo de futebol o jogador Renteria (jogador do Internacional de Porto Alegre) saiu comemorando seu gol sacando uma carapuça e um pito do calção e saiu pulando em uma perna só em direção a torcida.
Pronto! Bateu vontade no pacotinho de ser ele próprio o Saci, arrumou logo um gorro de Papai Noel que do avesso ficou vermelho e incorporou o danadinho! Saltita pela casa, saltita nos passeios, saltita no banho e dá até para perceber seu pensamento saltitando.
Inventou uma capoeira de uma perna só:
- Mãe! Olha meu au do Saci!
E fez arte na cozinha:
- Coloquei pimenta na comida! Gritou esbaforido correndo da Adelaide.
Com a foto publicada na internet ganhou o comentário do professor e mestre Coutinho que carimbou:
- Conheço esse moço lá da ladeira, ele toca berimbau e joga capoeira...

Agora tudo que ele mais quer é ser preto (pretinho mesmo) e careca! 






terça-feira, 4 de junho de 2013

Paris é ali!

Pacotinho assitia o DVD do Mini Einsteins cuja aventura era uma viagem a Paris.  Papai pergunta para o pacotinho:

- Quer ir para Paris?
            - Pai, quanto tempo leva para chegar?
            - Umas 12 horas de avião.
            - Ah! Acha! Então prefiro ir para Ibirá! 

O raciocínio simples e direto: para valer o esforço, melhor a Ibirá que eu conheço, do que uma cidade que desconheço. 


Ps. Pacotinho está traumatizado de viagens. A última foram 5 horas para Catanduva, intermináveis e suas costas ferviam na cadeira, por isso o menino não pensa em viajar tão cedo!

Pacotinho na casa da árvore em Ibirá, SP, dezembro/2011